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Entidade do transporte de produtos perigosos fala das responsabilidades do profissional no segmento

Associação adverte sobre o impacto que o deslocamento incorreto desse tipo de carga tem na vida das pessoas e do meio ambiente


Fonte: Divulgação / Zorzin Logística


Segundo o levantamento realizado em 2020 pela Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos no Estado de São Paulo, os combustíveis são os principais responsáveis pelos acidentes nas estradas. Do total de 35,3% dentre as fontes de energia analisadas, o etanol (ONU 1170) é o produto com a maior incidência (18,1%), seguido do diesel (ONU 1202), com 12,6%, e da gasolina (ONU 1203), com 4,6%. Os números apurados colocam a Rodovia Governador Mário Covas (Rodoanel - SP021) em primeiro lugar no número de ocorrências registradas (12,3% de incidência), seguida da Rodovia Castelo Branco (SP280), com 11,25%.

Cada um dos cerca de 3 mil produtos classificados como perigosos pela Organização das Nações Unidas (ONU) tem características próprias e produzem diferentes impactos ambientais. Entre as classes regulamentadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pela Lei nº 10.233, instituídas em 5 de julho de 2001, incluem-se os gases, os líquidos e os sólidos inflamáveis, tóxicos, explosivos, corrosivos, radioativos, entre outros.

Qualquer erro no deslocamento dessas categorias de mercadorias gera impactos (alguns irreversíveis) na vida de espécies animais aquáticas e terrestres, além do risco de morte das pessoas que transitam no local onde ocorreu o acidente. Logo, a dimensão do problema torna o gerenciamento de crise desses casos uma obrigação não só das empresas de transporte, mas também dos agentes nas esferas administrativa, civil e criminal. Além disso, dependendo da infração, são exigidas a reparação, a indenização e a compensação do dano ocasionado.

De acordo com o coordenador executivo da Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), Eduardo Leal, ao assumirem a responsabilidade pela entrega de algum carregamento que inclua um produto classificado como perigoso, os transportadores se comprometem juridicamente com a função de trabalhar para evitar qualquer acidente ou erro que coloque a vida de terceiros em risco. Nesse sentido, as associações de setor, como a ABTLP, realizam um serviço de importância pública e privada ao incentivar e disseminar as melhores práticas de trabalho.

“Entre as recomendações exploradas nas nossas reuniões com as principais empresas de transporte desse nicho de mercado, a principal indicação é a utilização dos equipamentos de proteção individual mesmo no redespacho, além da atenção para conferir se a empresa possui as características técnicas e operacionais adequadas. Também alertamos sobre a importância de, sempre que possível, limpar os automóveis e os equipamentos de transporte para que não apresentem manchas ou resquícios de químicos na sua parte externa”, complementa, Eduardo.

Além da fiscalização interna, a transportadora precisa regulamentar as suas atividades frente ao poder público por meio de documentações obrigatórias, como Certificado de Inspeção Veicular (CIV), o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) ou, dependendo da região, o Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos (CTPP).

Todavia, apesar de os procedimentos de prevenção de danos passarem, majoritariamente, pela vistoria do material a ser transportado nos locais de origem, parte desse processo envolve assegurar o bem-estar do caminhoneiro.

Como pertencentes a uma classe profissional, eles possuem direitos que devem ser exigidos e cobrados perante a empresa contratante para que suas vidas não sejam colocadas em risco. Entre as atribuições que o expedidor tem com o motorista, incluem-se, por exemplo, a exigência de se trabalhar apenas com as embalagens identificadas e com os caminhões com a quantidade de volume especificadas e as placas de sinalização incluídas.

Do outro lado da relação contratual, o prestador de serviço tem a liberdade de empregar somente os condutores aprovados nos cursos de instrução, como aqueles com o certificado de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP), que atesta a participação nas aulas de capacitação para o transporte de cargas perigosas.

Não há como fiscalizar esses fatores sozinhos, ainda que o administrador conte com a ajuda de uma equipe para diminuir a quantidade de trabalho. Para ajudar as transportadoras com essas demandas, a área de tecnologia da informação apresenta, a cada ano, inovações que facilitam o trabalho dos colaboradores nas empresas do setor de transportes.

Segundo a diretora administrativa da Zorzin Logística e integrante da ABTLP, Gislaine Zorzin, “uma das coisas que mais enfatizamos nos debates e nas palestras na associação é o não incentivo à jornada noturna, porque o sono leva à perda da tomada de decisões racionais. Ainda, o que mais tem nos ajudado a prevenir esses erros é a introdução das tecnologias para fiscalização dos períodos de atuação do motorista, assim como o cumprimento dos horários de alimentação e de descanso. As câmeras de vigilância, os sistemas de telemetria e de roteirização e os aplicativos de controle de frota e de criação de mapas inteligentes são muito úteis nesse sentido”.

Parte da implementação dos softwares envolve o treinamento com os colaboradores e os motoristas a respeito do uso correto dessas plataformas. “Muitos dos caminhoneiros profissionais que trabalham conosco confirmam a praticidade após aderirem ao digital e se adaptam facilmente ao que introduzimos na empresa. Porém, estruturar um programa de orientações vai além do aumento de produtividade. Os procedimentos de segurança devem ser devidamente internalizados com palestras que abranjam todos os fatores envolvidos na preservação do colaborador e do produto que transportamos”, complementa Gislaine.

O exemplo da Zorzin mostra que o tema vai além do que se tem como ideia quando o assunto é o papel das transportadoras na redução de acidentes no transporte de produtos perigosos. No início deste mês, a empresa realizou, entre os dias 4 e 7 de outubro, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT), que trabalhou temas como a dependência de produtos químicos, os cuidados com a coluna, a realização periódica de exames de sangue e de glicemia, a saúde mental, entre outros.

A ABTLP possui 23 anos de atuação no segmento de produtos perigosos e sempre conscientiza seus associados para que cada vez menos ocorram incidentes neste setor do transporte de cargas. “Realizamos esses cuidados prévios por meio de reuniões semanais on-line, de publicações nas redes sociais, de treinamentos in company, de envio de informativos pelo site, de disparo de circulares por e-mail, de mensagens via WhatsApp e de tudo que facilite a chegada da informação para as empresas de transporte”, finaliza Leal.


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